Vera Martins

Reações Emocionais na Crise

Reações emocionais

Que reação emocional você escolheu para conviver na crise?

Estamos em plena crise do coronavírus. Parece mais um tsunami invadindo nossas vidas. Uma crise que nos tirou a sensação de vida normal e nos colocou numa situação onde, no topo das emoções, impera o medo, a ansiedade e angústia diante deste cenário tão incerto.

Uma crise onde o lema principal é “Fique em casa”. Num primeiro momento, esse lema nos dá a sensação de que não temos escolha, somos obrigados a ficar em casa no isolamento social, reprimindo nossa forma acolhedora de expressar nossos sentimentos, nosso afeto, e mais, impedindo-nos de ter a nossa rotina a qual estávamos acostumados.

Essa crise está levando as pessoas a diversas reações emocionais desde uma apatia total, um pânico terrível, negação da realidade até reações protagonistas, ações assertivas, solidariedade e cooperação, buscando resolver o problema.

Por que as pessoas reagem de forma diferente diante da crise?

A resposta está na mente de cada um, qual é a percepção que cada um tem dessa situação difícil.  Sabemos que a percepção é fruto das experiências e valor emocional que cada um dá para a ameaça da crise.

Acostumar a uma rotina nos dá a sensação de zona de conforto. Porém, cabe aqui uma pergunta:  Qual é o custo emocional de mudança de rotina e a necessidade repentina de reestruturação de novos hábitos? Esse custo pode ser diferente e específico para cada pessoa. Por isso, a percepção diferente da realidade explica as escolhas que cada um faz para reagir emocionalmente.

Qual é a sua escolha?

 Como disse Viktor Frankl, que ficou mundialmente conhecido depois de descrever a sua experiência dramática em quatro campos de concentração nazistas, em seu best-seller  “Em Busca de Sentido” : “Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida.”

 Uma crise como a do coronavirus que tem no topo do estado emocional da sociedade, o medo, essa crise requer uma liderança humanizada e que gere confiança.

Ter medo do desconhecido é normal e não temos controle. Porém como cada um vai lidar com esse medo é sim uma escolha.

Temos duas opções para lidar com o medo: resistir ou enfrentar o medo do desconhecido.

Se resistir…

As pessoas que resistem normalmente apresentam comportamentos de apatia, impotência, vitimização e, às vezes, negam a crise.

O pensamento do resistente é:

– Em relação ao passado: “Oh, eu era feliz e não sabia”

– Em relação ao futuro: “Oh, não vejo luz no final do túnel”

– Em relação ao presente: “Oh, nada a fazer, só esperar pelo pior”

Você quer mudar a situação, você quer sair da vitimização e protagonizar sua vida, tornando sua jornada durante a crise mais leve e mais bem resolvida?

Se sim, então a saída é virar a chave e abrir a mente para emergir a sua coragem de enfrentar o medo do desconhecido.

Outra frase de Viktor Frankl: “Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando a situação for ruim, transforme-a. Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se.”.

Viu? aqui é a oportunidade de transformar a ameaça em oportunidades, transformar a apatia em energia para agir, mas agir produtivamente, com consciência, usando seus recursos emocionais e cognitivos e, juntos, operarem eficazmente seu sistema emocional e chegarem a escolhas conscientes e produtivas.

Você vai se surpreender com seu potencial e força ao usar suas competências ao ser assertivo e agir com inteligência emocional, duas competências essenciais para lidar com uma crise, de forma produtiva.

Se enfrentar…

As pessoas que reagem emocionalmente de forma positiva, claro que ficam chocadas no início da crise, mas com coragem, giram a chave da mente e rapidamente mudam seu olhar e sua postura para enfrentamento do medo do desconhecido. Desenvolvem a resiliência encarando e reconhecendo seu próprio medo diante da crise real e, com um olhar otimista realista, acreditam que tudo vai passar, porém, escolhem agir agora com equilíbrio, e sair da crise com saúde.

São pessoas que buscam e selecionam informações sobre a crise para ampliar seu repertório de análise do contexto com objetividade e, com equilíbrio emocional, adotam uma postura assertiva para tomar decisões conscientes, ou seja, antes de decidir, analisam todos os possíveis impactos no negócio e nas pessoas.

Vale a pena virar a chave da resistência para o enfrentamento do seu medo do desconhecido. Seja assertivo e use sua inteligência emocional para fazer uma boa jornada. Até breve!

 

 

Comentários
Exit mobile version