
Lidere com liberdade emocional e responsabilidade
- Posted by Vera Martins
- On 4 Maio, 2018
- Comunicação, Inteligência Emocional, Relacionamento Interpessoal
O papel do líder como educador emocional e assertivo frente às adversidades
Um líder maduro que administra bem o emocional do time possui dentro do seu modelo mental dois conceitos determinantes e que direcionam sua postura para estimular emoções positivas e gerenciar as emoções negativas, comuns nas relações de um time de trabalho.
1º conceito: “Liberdade Emocional” nas relações entre os participantes do time
A liberdade emocional é o estado de sentimento natural de um time amadurecido. Um relacionamento sadio é aquele em que o time é livre para dizer e sentir o que quiser, usar seu talento para sentir que a vida no trabalho tem significado.
2º conceito: “Assumir responsabilidade por si”
É a responsabilidade emocional necessária para um time se permitir a sentir a liberdade emocional. Assumir responsabilidade por si não como uma obrigação, mas como um direito e um privilégio, entendendo que cada um do time é totalmente responsável pelas escolhas de emoções e comportamentos nas relações de trabalho, o que lhe dá um forte poder de mudar uma situação desconfortável e seguir em diante.
O segredo do líder eficaz para promover a coesão entre os membros e resolver os conflitos está em desenvolver dentro do time uma relação de respeito e reconhecimento entre os membros.
As pessoas gostam de se sentir aceitas, queridas e competentes no trabalho.
Quando essas três necessidades estão satisfeitas, as pessoas do time se sentirão em área segura e confortável, e cada um sentindo seu status no time garantido.
É provável que as emoções aflitivas (raiva, medo, inveja, ciúme, inseguranças, ansiedade, etc.) tenderão a diminuir e a confiança e cooperação se instalarão no ambiente de trabalho.
Ao contrário, quando essas necessidades não são atendidas no ambiente de trabalho, as emoções negativas afloram nos comportamentos do time.
Aparecem conflitos constantes, boicotes, puxação de tapete, falta de colaboração, falta de comprometimento, comunicação agressiva, sarcasmos, dissimulações, etc, sinalizando que as coisas andam mal. Nesse ambiente estressante as energias do time são canalisadas para se defender e o foco no resultado passa a ser algo de menor importância.
Como um líder deve se posicionar diante de um conflito no time? Se o líder percebe que os envolvidos não são maduros suficientes para resolverem o conflito entre si, ele deve fazer um confronto assertivo com os envolvidos, numa reunião, onde o líder fará o papel de mediador e administrador do conflito.
Os conflitantes devem ser tratados com imparcialidade e sem julgamentos. O objetivo é permitir a expressão das emoções negativas de maneira responsável, sem agressões mútuas, e depois de dar vazão ao emocional, buscar uma solução ao conflito.
Alguns erros cometidos por líderes na administração de conflitos
Ser ausente e fingir de morto, só criticar o comportamento dos conflitantes, botar panos quentes, acreditar que os envolvidos são maduros para resolverem sozinhos, pegar no ponto fraco dos dois e manipular a situação em prol exclusivo de seus próprios interesses, que normalmente vão contra os interesses dos outros.
Ao chegar ao limite emocional, alguns profissionais explodem e são agressivos nas suas relações com as pessoas que, na maioria das vezes, não tem nada a ver com seus conflitos mal resolvidos. Existem outros profissionais que se ausentam, com certa frequência do trabalho, para fugir do ambiente repressor que se submete todos os dias, outros que não entregam mais suas metas, outros que se acomodam na passividade para não perder o emprego, etc.
Um bom líder não pode permitir que seu time chegue a esse ponto crítico do limite emocional, porém se isso acontecer, o importante a fazer é um resgate do time, possibilitando a todos a expressão natural das suas frustrações, levando-o à busca de ações produtivas, ou seja, “O que vamos fazer daqui para frente para resolver essa questão?”
Deve-se obter do time um acordo e comprometimento de melhorias e , ao mesmo tempo, munir o time de recursos emocionais para sair da situação de desconforto.
Por vezes, existe um abismo entre a forma de pensar e agir do gestor e sua equipe. Quais caminhos que estão à disposição do gestor para maior entendimento e interação entre as partes? Quais os principais problemas originados desse choque cultural?
Modelos mentais
Acredito que sejam modelos mentais diferentes que contém crenças e valores díspares e apoiados por uma rigidez mental de ambos os lados. Digo isso, porque é normal pensar diferente, mas quando falta empatia e boa vontade dos dois lados é provável que exista uma falta de consciência e foco naquilo que é um motivo de existir: a visão do trabalho e resultados esperados do seu papel profissional.
Como podem ser resolvidos esses conflitos? Com uma comunicação assertiva entre gestor e time, com o alinhamento de expectativas, feedback positivo sempre que necessário. Deixar de expressar o que nos incomoda podem se transformar em gatilhos de fortes conflitos. Por isso é importante que, tanto o gestor quanto o colaborador se posicionem de forma assertiva e generosa um com o outro para limpar o espaço e permitir que a razão reine nas relações profissionais com calma. Assim, os dois lados se sentirão bem resolvidos.
O papel do líder como educador emocional e assertivo é o mais adequado para gerenciar o emocional do time e promover mudanças comportamentais necessárias. Ele quebra paradigmas e ajuda seus liderados a avaliar seu modelo mental para criar novas conexões cerebrais e desenvolver novos aprendizados.
Para mim, um líder educador é um coach, ou seja, ele ensina o time a pensar e apossar dos seus insights. Por outro lado, ele é um mentor que ensina valores positivos e cria visão de futuro para dar significado à vida das pessoas. Ele olha o potencial do time e não aos limites , por isso estrategicamente investe em cada um, educa o time para adquirir autonomia com responsabilidade. No final, o líder de hoje forma bons líderes do futuro. Esse líder saber transformar as emoções aflitivas do time em resultados positivos.
Mundo corporativo
Hoje, o mundo corporativo vive um momento de grande desafio nas relações interpessoais e um ambiente fértil de conflitos de gerações x, y, etc. Um grande desafio é conviver com os novos paradigmas de um mundo digitalizado onde compartilham do mesmo espaço, gerações que pensam diferente da geração do mundo analógico, paradigmas estes que determinam padrões de comportamentos e relações interpessoais mais igualitárias e assertivas. Assim, esse mundo corporativo diferente do tradicional exige do líder, flexibilidade para mudar, para revisar seu modelo mental, avaliando quais crenças e valores estão orientando seu comportamento profissional de forma produtiva e aqueles que devem ser deletados e trocados por crenças que determinem um padrão de comportamento adequado aos novos tempos.
A relação do líder com os mais novos poderá ser extremamente rica ou não, vai depender do seu olhar para a relação:
- Se ele se sentir ameaçado pela postura, às vezes irreverente do jovem, é bem provável que adotará uma postura defensiva e arrogante, o que provocará conflitos destrutivos.
- Se ele tiver autoconfiança e humildade, a troca de experiência poderá agregar valor aos dois lados.
É o momento de se permitir ser flexível e aberto às mudanças, e assim o profissional poderá sobreviver no trabalho com menos stress e mais sabedoria.
Grande abraço.
Vera Martins
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